sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cura no céu

Não saber o que quer, já é caminho para saber,
Às vezes sabe-se o que não queremos quando temos dúvidas se queremos.
Não haverá dúvidas... Nunca há dúvidas...
O paraíso não seria tediante, se apenas feito por perfeição?

Sentir o peso do mundo em suas costas nunca foi agradável,
Menos ainda quando os seus pés não tocam chão firme.
Deus não está nas palavras de um homem ou dentro de uma igreja...
Mas a energia que ele emana está dentro de cada um de nós!

Mas, por mais cético que o homem seja, ele acredita no que quer.
E a justiça espelha-se na verdade, mas nem sempre a verdade depende da justiça.
Mas isso não te dá o direito de mentir pra mim. Não...
Então pense bem mais que duas vezes antes de magoar um coração.

A solidão quase sempre fornece respostas a uma única pessoa...
Só música é namorada dos amantes, prima dos felizes e mãe dos decadentes.
Não quero aprender tudo isso pra chorar sozinho no fim. Não...
Se apegar a carne é se apegar as cinzas... Mas o toque é delicioso.

Estou procurando uma cura...
Estou procurando no céu.
Sei que o céu é o limite.
E do chão eu não passo.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sem Título II

Em seus olhos há um reflexo,
De um mundo de cores e tons.
Com seus ouvidos espertos,
Vai distinguindo músicas e sons.

E ela tem um coração gigante,
Pra um corpo tão pequeno.
É um traço inconstante,
No meio da cidade grande.

Ela é tão simples o quanto pode,
Mas é totalmente singular,
Com seu ar inteligente,
Ela me faz pensar.

Ela me fez ficar menos menino,
É uma boa cura,
Contra qualquer veneno (...)

O caroço do pescoço.

Quero que minha cama seja minha sepultura,
Quero sentir amor por todos os centímetros de meus ossos.
Quero que ela seja minha cura.
Quero esquecer o caroço do pescoço.

Quem me ouve pensa que é piada,
E quem lê pensa que é brincadeira.
Mas é sério, eu vou pegar uma estrada,
Que me leve pra Ribeira.

Quero um dia me encontrar com Bob Marley,
Pra fazer aquele bom reggae,
Dizer: “Você é gente boa, véi!”,
E que ele diga: “Tu também, não há quem negue!”.

Quero ver tudo girar, até encontrar seu rosto.
Pedir ao redentor mais uns dias,
Beijar teus lábios, colar no seu corpo,
Esperar menos da vida... Somente alegrias.

Mas eu só não esqueço,
O caroço do pescoço!

Sem Título I

Amor, você sabe que isso é fogo de palha.
Você sabe que um dia vai olhar pro lado,
E não serei eu a dormir em sua cama.

Amor... Você sabe que deve aproveitar,
Está quente ainda... E é breve.
Não temos paciência, nem o tempo todo.
Logo o verão vai chegar.

Amor, amor... Amor...
Você não sabe o que eu sinto,
Vamos abraçar isso logo.

Amor, eu falo sobre o futuro,
Eu falo sobre a memória em esquecimento.
Sobre não estarmos mais unidos...

Amor... Amor... Amor...
Nada é eterno...
As luzes se apagam, a cortina se fecha.
Logo será nossa vez.

Amor... Andemos juntos...
Amor... Amemos juntos...
Amor... Tão breve...

Minha energia

Soprando de planície a planície,
Voando na velocidade da luz.
Batendo na velocidade do seu coração,
Ou na do seu pensamento.
Das raízes até o topo,
Pairando dos céus, mergulhando nos mares,
Queimando coisas, conhecendo lugares.
Nas suas aspirações, seus desejos vorazes.
Colhendo e deixando coisas, a cada movimento.
Em todos os lugares, a todo o momento,
Seja muito rápido ou muito lento.
A minha energia fluindo no espaço...
Até o infinito.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Instinto extinto

Cada alma que vive
É irmã de uma que morre.
Cada amor que vaga,
Dá as mãos a um ódio que amarga.

Cada lágrima salgada caída,
Clama um sorriso doce de alegria.
Cada beijo quente,
Pode seguir de um tapa ardente.

Não foi por causa de aviso...
O instinto extinto é um alarme...

Cada abraço amigo,
É irmão de um punhal inimigo,
Cada memória esquecida,
É irmã de uma relembrada.

Cada pessoa querida,
Pode ser um inimigo não declarado.
Cada sentença julgada,
Pode ser uma escolha errada.

Não foi por falta de aviso.
O instinto extinto é um alarme!

Uma despedida dolorosa,
Pode ser a saída de uma convivência forçada.
Uma mão estendida,
É encaixada nas costas empurrada.

Não foi por falta de aviso...
Seu extinto instinto...
É um alarme.

Sem Nirvana

Provavelmente,
Amável.
Inexoravelmente,
Frio.
Totalmente,
inefável.
Deliciosamente
Inebriável.
Inexplicavelmente,
Exaurido.
Vultosamente,
Doloroso.
Incabível
De nirvana.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Cinco sentidos

Pode ouvir?
Então preste atenção...
Aquele garoto fala com você.
Ele lambe as feridas,
Ele lhe pede dinheiro.
é o vício que mata a fome dele.

Pode sentir?
Ele fede.
Em quanto você cheira a medo,
E raciona água.
Somos nós, o maior bem da humanidade.

Pode ver?
Ele tem ódio de você.
Em quanto dorme em sua cama quente e confortável...
O concreto frio o daz ferver.
E ele quer tomar de ti, o que não pode ter...

Pode tocar?
Não. Não se rebaixaria a isso...
Mas converse com ele,
Talvez, ele vá embora.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Asas para anjos, Imortalidade para os Deuses.

Eu tentei um anjo,
E ele pediu a mortalidade.
E por pecado, caímos em terra.

Só que pra minha desventura,
Esse anjo quis se desvencilhar,
E ao acaso eu lhe dei,
A asa que havia roubado.

Agora que ele voa,
Alto, rápido e livre,
Eu venjo a sombra que ele projeta,
Embaixo do sol.

Não me sinto mal,
Pássaros não devem ser engaiolados,
Tomem essa ambrosia de mim,
Pois meu amor, continua imortal

Teatroeiros

Teatro... Teatro.
A arte de ser, e se serei!
Teatro!
Faças o que tu queres!-Há de ser tudo na lei!-
Teatro.
Somos e seremos!
A deliciosa brincadeira de fingir,
O maravilhoso poder de incorporar!
Teatro!
Das maravilhas que se pode ver,
Ao que podemos encenar.
Teatro!
O mais puro diamante que o homem pôde cavar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Tinta mística

Ela escreveu na parede de meu quarto,
Por mais que eu tente, sei que a tinta não vai sair.
Bons tempos costumam passar,
Mas há coisas que a memória não apaga.

Não sinto peso do fim ou alívio.
É como se a tinta esteja ainda pra vir. Talvez demore...
De qualquer forma, não dá pra esquecer,
Por que as palavras entram na minha mente,
As inscrições tiram meu sono...

Você nunca sabe o quanto vale pra alguém.
Você é como palavras Diversos empregos e sentidos.
Mas marcas em paredes não sofrem reformas.
Só a branca tinta poderá as apagar.

Pior, só quando não se quer apagá-las,
Não quero apagar...
O tom, o toque, o cheiro forte... O momento
As palavras(...)

Ela escreveu, na parede de minha mente...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Até onde?

Até onde o meu corpo vai estar alinhado perfeitamente a minha mente?

Até quando eu serei esse mar de educação e formalidades?

Estou começando a questionar o que estava calado.

E as minhas noções estão mudando,

Eu acho que eu não quero ir além.

Não consegui entender o seu ponto de vista,

E não consigo ficar mais tão distante de você.

Porém eu quero me afastar...

Até quando eu serei esse poço de compreensão?

Eu serei pra sempre tão tranqüilo?

Ou um dia me rebelarei em explosão?

Eu tenho que mudar, deixar de ser tão estúpido,

Começar a barrar meu sentimentalismo,

Ser um sistematizado racional. Com problemas racionais.

Um jovem patético, com uma vida patética. Num mundo patético.

Não, eu não quero isso.

Render-me ao que eu acho mais podre.

Acho que a solidão me faz bem,

Eu não quero a pena de ninguém.

Ta na hora de viver minha arte. Tratar de mim.

A vida muda, o tempo passa...

É exatamente assim.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Você sabe o que você é
Você sabe o que você quer
Por isso só pode tomar conta de você
E só você sabe pra onde quer ir.

"Concertozinho" da despedida

Sei que eu fiz o meu melhor,
De tudo o que eu quiz, fiz e desejei...
Eu dei o meu melhor.
Tudo em máximo.

Hoje eu abro os braços,
Abraço a dor e sinto o peso do mundo.
O amor é belo e sagrado
E como tudo santificado, virou uma arma de destruição.

Me sinto cansado, acabado
Me sinto só e perdido.
A caminho da solidão.
Talvez tenha sido o melhor desde o início.

E o melhor que se pode levar, você teve de mim.