sábado, 28 de novembro de 2009

Caminhada ao sucesso

E sou a mão do homem que estupra a terra,
E o amor que nasce e morre sem dizer ao menos adeus
O riso depravado que se faz lindo pelas câmeras,
E a lágrima falsa que cai com a máscara de tua mentira
Sou o meu mais sincero perdão, chocando com tuas falsas desculpas.
Sou o rosto belo da criança que terá sua inocência rompida por nós
O silêncio que brota do tédio
A verdade dolorosa da vida
A despedida e o soluço
O desprezo.
O ódio,
A raiva incandescente de quem percebe que a palavra não vale nada.
O ruidoso som do silêncio e as correntes da solidão.
O corpo que descansa sobre uma cadeira elétrica
Raivosa
A vida, a morte e a morte da vida.
O suor caro e desperdiçado dos nossos filhos.
A oportunidade negada pelos benditos abastados.
A sibilante fúria do pai de família oprimido.
A coroa de ossos do rei,
A prosopopéia humana que se humanifica e se despersonaliza.
O raciocínio lógico do tirano débil.
Eu sou a tapa que brota do amor.